Por Ailton Braga Batista

Desde 2015, quando despencou da elite do futebol brasileiro para a Série B, o Joinville parece viver uma descida sem fim. Para quem cresceu vendo o JEC como uma das quatro grandes forças de Santa Catarina — ao lado de Criciúma, Avaí e Figueirense — a pergunta ecoa a cada temporada: o que aconteceu com o clube de maior torcida do estado?

Enquanto Criciúma, Chapecoense e Avaí disputam a Série B, Brusque e Figueirense ocupam espaço na Série C e até o Barra surge como candidato a se firmar no cenário nacional, o Joinville ficou pelo caminho. Não foi falta de torcida. A massa tricolor provou muitas vezes sua fidelidade, mesmo quando as arquibancadas já não ofereciam a mesma recompensa de outrora.

A explicação, quase sempre, esbarra nas dívidas. Dívidas que Avaí e Figueirense também têm, mas que não os impediram de se manter alguns degraus acima na hierarquia catarinense. O JEC, no entanto, deixou escapar o bonde da competitividade.

Depois do período vitorioso de Nereu Martinelli, vieram Jony Stassun, Vilfred Schapitz, Charles Fischer e agora Darthanhan Oliveira. A sucessão de gestões não conseguiu devolver ao torcedor o orgulho de se impor diante dos rivais. Pelo contrário: o clube vive de lampejos, como a recente semifinal do estadual, que mais serviu de alívio momentâneo do que de verdadeira retomada.

Agora, fala-se em SAF. Um grupo de trabalho foi formado, uma assembleia aprovou o caminho, e o próprio presidente anunciou que o Joinville pode mudar de modelo de gestão. Mas será que o mercado vai acreditar? A dívida é grande — e a desconfiança, talvez maior.

O que o torcedor sabe é que, quando o JEC vence, a cidade inteira se veste de tricolor. A força está ali, adormecida. O problema é que o clube, nos últimos anos, só entregou decepções. E enquanto os rivais se mantêm em movimento, o Joinville parece parado no tempo, distante do respeito que sempre impôs desde sua fundação.

O futuro pode ser SAF, pode ser reconstrução, pode ser até renascimento. Mas, por enquanto, o presente do Joinville é o de um gigante adormecido, que ainda não encontrou a fórmula para acordar.

Escrito por Redação

Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários