O abraço é uma simples demonstração de afeto capaz de gerar grandes efeitos sobre a saúde física, emocional e até mesmo na sobrevivência de pessoas em diferentes fases da vida. Desde o nascimento até a vida adulta, o gesto desempenha um papel fundamental.
Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou novas diretrizes para melhorar as chances de sobrevivência e os resultados de saúde de bebês prematuros (nascidos antes de 37 semanas de gestação) ou pequenos (menos de 2,5 kg ao nascer). No documento, a entidade recomenda o contato pele a pele imediato entre o recém-nascido e o cuidador, conhecido como método canguru. Segundo a OMS, esse contato — que deve vir acompanhado da amamentação — salva mais vidas, reduz infecções e episódios de hipotermia, além de melhorar a nutrição. Para a médica Karen Edmond, especialista em saúde neonatal da organização, “o primeiro abraço com um dos pais não é apenas importante emocionalmente, mas absolutamente fundamental para a sobrevivência e o desenvolvimento saudável do bebê”.
Já em outra fase da vida, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, destacam que o abraço é também um recurso valioso no momento da vacinação infantil. A prática ajuda a conter de forma segura os movimentos da criança, facilita a aplicação da injeção e, principalmente, transmite conforto em vez de dominação, reduzindo o medo e o estresse que costumam acompanhar o procedimento.
Entre adultos, os efeitos também são expressivos. Um estudo publicado em 2020 no Journal of Social and Personal Relationships aponta que abraços e gestos simples de contato físico, como segurar as mãos, contribuem para fortalecer os relacionamentos. Apesar de as razões ainda não estarem totalmente claras, a pesquisa sugere que tais demonstrações aumentam a satisfação e a sensação de proximidade entre os parceiros.
Do ponto de vista biológico, os benefícios vão além da emoção. De acordo com a Harvard Medical School, o abraço estimula a liberação de oxitocina — conhecida como “hormônio do amor” —, substância produzida no hipotálamo que ajuda a reduzir estresse e ansiedade, promovendo bem-estar. Esse hormônio pode ser liberado por meio de atividades como exercícios físicos, canto e, de forma simples e natural, pelo ato de abraçar.
Assim, seja no início da vida, em situações de medo ou nas relações amorosas, o abraço se mostra muito mais do que um gesto simbólico: é um recurso poderoso de saúde, cuidado e conexão humana.

